domingo, 27 de janeiro de 2013

Oportunidade de ser feliz - Cap 5

Capitulo 5
Ficamos ali no mirador um bom tempo, abraçadas, nos beijando e contemplando o mar ate que passou uma brisa fria por nos.
- Esta a começar a arrefecer e se é coisa que não quero e que fiquemos congeladas – dito isso eu e Nicky começamos a rir.
- Sim tens razão Isa. Vamos? Quero que conheças o meu apartamento e assim sempre estamos mais a vontade.
- Hummm vamos lá então. – Respondi
Fomos cada uma no seu carro, Nicky foi a frente para me guiar, apesar de não ser muito necessário porque ela morava umas ruas abaixo de mim e o percurso para lá chegar era o mesmo. Estava nervosa, não tinha o que recear porque se tiver que acontecer alguma coisa, não serei eu a impedi-lo. Estava nervosa porque a algum tempo que não estava sexualmente com uma mulher, parvoíces da minha cabeça eu sei, pode ate não acontecer nada e ficarmos lá a conversar apenas. Decidi tirar estes pensamentos da minha cabeça e liguei o leitor de cd’s do carro e começou a tocar uma das minhas músicas preferidas dos Black Eyes Peas – I got a feeling e foi conduzindo o resto do caminho cantando e com um sorriso parvo na cara.
Cheguei, estacionei atrás do carro da Nicky. Para ser sincera Nicky tinha de comprar um carro novo porque o dela estava mesmo a cair aos pedaços.
- Nicky não achas que ta na altura de comprares um carro novo, estas sujeita a que te aconteça o mesmo que te aconteceu no sábado a noite. E olha que desta vez eu posso não estar lá para te dar boleia para casa. – dito isto dei uma valente gargalhada ao ver a expressão dela
- Ahahaha engraçadinha – deu-me uma cotovelada e abriu a porta do apartamento.
- Welcome to my sweet home – disse e deu-me um valente beijo de Boas-Vindas
Fiz um esforço para terminar o beijo, que estava sendo mais do que agradável e enquanto Nicky tirava o casaco e se dirigia a cozinha buscar algo para bebermos, eu fiquei apreciando o apartamento. Tinha uma decoração simples, paredes bege, sofás de pele castanhos, um ou outro quadro na parede e alguns vasos de flores espalhados pela zona. A sala de jantar fazia contacto com a sala de estar e do outro lado tinha a cozinha e o w.c. Foi ter com ela a cozinha, vi-a de um lado pró outro a procura dos copos, quando se apercebeu da minha presença virou-se e falou.
- A Dra. Deseja beber algo em especial? Licor Beirão, Sheridan´s ou Martini Rosso?
- Um Martini Rosso com duas pedras de gelo e limão.
Serviu o Martini com o gelo nos dois copos e fomos pra sala nos sentar. Ela ligou o rádio baixinho como música de fundo e sentou-se a meu lado. Levantei o braço de maneira a ela poder se encostar a mim. Como e bom sentir o cheiro dela, o corpo dela encostado ao meu, em menos de 3 dias, Nicky conseguiu deitar por terra os meus muros e entrou dentro do meu coração quando eu menos esperava. A minha vida estava a correr bem, a empresa ia de vento em popa, com um contracto de milhões em mãos , a minha vida sentimental estava a voltar ao normal. Basicamente estava a voltar a viver e sentia-me bem.
- Um beijo por um pensamento teu. – Nicky estava a olhar para mim e percebeu que eu estava um pouco longe, e eu sorri.
- Só um beijo? E muito pouco um beijo para o tipo de pensamento que estava a ter.
E dito isto Nicky resolveu começar a torturar, um beijo no pescoço, um beijo no canto da boca, um beijo na bochecha.
- Chega? Ou tenho que te dar beijos para confessares o teu pensamento? Olha que para mim esta a ser um trabalho bem agradável. – caímos as duas nas gargalhadas
- Ok, ok eu confesso. Estava a pensar que a minha vida não podia estar a correr melhor, tenho um contracto de milhões de euros que vai fazer a empresa ser muito mais reconhecida, entrou na minha vida uma mulher linda, inteligente e sem eu tar a espera e derrubou os muros que eu tinha erguido a minha volta em menos de 3 dias, roubou-me o coração e fez voltar-me a sorrir. Queres que continue ou chega?
- Uiii que declaração. Arranjei uma mulher romântica. Podes continuar, mas não agora. Neste exacto momento, o que eu quero e a tua boca colada a minha.
- É para já – e agarrei no copo dela e pus na mesa junto ao meu.
Comei com um beijo lento, quase como tortura, desci e beijei o pescoço, subi e trinquei a orelha, sussurrei algo ao seu ouvido e senti ela gemer. Senti suas mãos percorrerem as minhas costas, lentamente arranhando-me ao mesmo tempo que as minhas mãos percorriam as suas longas pernas. Sem me dar conta já estávamos deitadas no sofá nos beijando e acariciando. Quando decidi avançar, o meu telemóvel decidiu tocar. Eu mato quem me estragou o momento. Olhei pra Nicky que acenou com a cabeça em sinal de consentimento para eu atender. Peguei no telemóvel e vi Marcos Sullivan e atendi.
- Acho bem que o tenhas para me dizer a esta hora seja importante porque se não o for amanha encho-te de porrada ao chegar a empresa.
- Porra mas que atendimento é esse Isa? Só queria saber como tinha corrido o cinema com a Nicky. Mas pelo teu atendimento parece que não correu muito bem.
- O meu cinema e gelado correram cinco estrelas, mas tu como sempre, estragas tudo e interrompes quando não deves.
- Oh! Desculpa se interrompi. Não fazia a mínima que.. que..
- Ok Marcos não tem importância agora, falamos amanha na empresa esta bem?
- Olha só mais uma coisa, sei que tou a ser um chato. A nossa corrida amanha ainda esta de pé? As 8:00 na rua santa Catarina?
- Sim Marcos. Será que agora posso voltar a namorar em paz ou precisas de mais alguma coisa? – Disse já num tou meia irritada. Para me tranquilizar Nicky abraçou-me por trás e beijo-me na parte de trás do pescoço.
- Namorar? Oh sim, não preciso de mais nada, desculpa mais uma vez, os meus parabéns e da um beijo a Nicky por mim. Te amanha
- Te amanha – despedi-me e desliguei.
Olhei para a Nicky e desatamos as duas a rir.
- Isa foste mazinha com o Marcos. Tadinho. Ele só queria saber se tavas bem.
- Tadinho? Tadinha e de mim. Anda super protector comigo, depois que eu e a Alex terminamos anda pior que meu pai. Eu adoro o Marcos mas as vezes torna-se chato. Talvez eu tenha exagerado um pouco mas amanha quando ele começar com o interrogatório vai levar nas orelhas.
- Hummm, sei. Também já e tarde e amanha nos temos que trabalhar.
- Pois é. Quando tou contigo as horas passam a voar.
Levantei-me e ela acompanhou-me a porta, não sem antes termos trocado o número de telemóvel. Desejei-lhe uma boa noite de sono e beijamo-nos. Segui para o meu carro e foi direita para casa. Dormi que nem um anjinho. Foi acordada pela Ana, a minha empregada as 7:30.
- Isa, o pequeno-almoço já esta servido.
- Obrigada Ana, vou trocar de roupa e já desço.
Vesti o fato de treino e desci. A mesa estava pronta, havia sumo de laranja, café, torradas, queijo, ovo cozido e o jornal. Ana sabia que eu gostava de ler o diário enquanto tomava o pequeno-almoço.
- Ana isto e comida para um batalhão. Não era preciso.
- Claro que era preciso Isa. Ainda por cima vais correr e depois vais voltar com mais fome. Eu já te conheço menina.
Eu olhei para Ana. A mulher tinha 53 anos, não tinha filhos, o marido tinha falecido a 2 anos e trabalha comigo a seis meses. Gostava de mim como um filha e eu dela como uma mãe. Apesar de ter uma, só que estava longe. Sou filha de mãe americana e pai português. Os meus pais vivem em Manhattan, foi criada lá. Tirei o meu curso lá, e decidi conhecer as minhas origens portuguesas e vir trabalhar para Portugal. Meu pai e cirurgião e minha mãe e juíza. Ambos têm 55 anos. Bebi o meu sumo de laranja, nem peguei no diário. Dei um beijo na face de Ana e sai para correr com Marcos.
Lá estava eu a correr com o Marcos, que ficou vermelho quando eu lhe disse o que tinha interrompido e mais uma vez pediu desculpas. Começamos a correr e a conversar animadamente pelo caminho. Ao regressarmos, ouvimos um chiar de pneus, eu não liguei porque o trânsito aquela hora da manha era um inferno, gente a correr para chegar a tempo ao trabalho. Marco levantou a cabeça e gritou qualquer coisa que eu não entendi. Levantei a cabeça e vi um carro descontrolado vir na nossa direcção, depois disso tudo ficou escuro.

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