quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 11

Capitulo 11
Na manha seguinte quando acordamos, Ana já tinha o nosso pequeno-almoço pronto. Tomamos banho e descemos.
- Bom dia Ana – disse-mos as duas ao mesmo tempo.
- Bom dia meninas, o pequeno-almoço esta servido. Façam o favor de se alimentarem bem para iniciarem bem a semana que esta a entrar.
Comemos e logo a seguir foi ao escritório buscar a minha pasta. Agarrei nas chaves do BMW, despedi-me de Ana e foi por Nicky a casa.
Parei o carro a entrada da casa da Nicky e falei
- Bom meu amor, estas entregue. Tem cuidado ao ires trabalhar. Incomoda-me que andes com esse carro. Já esta um pouco velho e já te tem pregado algumas partidas. Devias seriamente pensar em trocá-lo, não e seguro.
- Eu sei linda, mas eu gosto dele na mesma. Não te preocupes que nada vai acontecer.
- Eu vou confiar… Custa-me deixar-te mas tenho que ir para a empresa. O Marcos esta ausente e eu tenho que dar inicio das tarefas de decoração do hotel. Avizinha-se um período com muito trabalho.
- Ainda não sai deste carro e já me custa deixar-te. Eu também tenho um processo em mãos muito complicado e vou me dedicar a ele. Não te canses muito e pensa em mim.
- Estarás sempre presente. Agora tenho mesmo que ir. – Despedimo-nos com um enorme beijo.
Vi-a entrar em casa e depois arranquei. Ao chegar ao meu escritório, vi toneladas de papelada para dar despacho. Encarreguei os meus decoradores e designers das suas tarefas no hotel e eu fiquei no escritório o dia todo envolvida naquela papelada. As horas foram passando, sai para almoçar e regressei. A meio da tarde recebi uma chamada do Marcos.
- Cara colega como estas? Já sentes a minha falta?
- Meu querido colega nem sabes a falta que me fazes! Já não aguento olhar para tanta papelada. Ve se te pões bom logo para me vires ajudar.
- Estou a fazer o melhor que posso, não e fácil tar aqui em casa parado sem fazer nada e ainda por cima sozinho porque a Carol esta na empresa. Só liguei mesmo para saber como estavas, vou agora ver um filme, não stresses para semana tou ai.
Despedimo-nos e eu voltei para o meio da papelada. As 18H00, sai e dirigi-me para o local de trabalho da Nicky. Bati levemente a porta do escritório dela e entrei. Ali estava a mulher que faz o meu coração bater mais forte, entre papelada. Quando se apercebeu que tinha alguém dentro do escritório levantou a cabeça. Olhou-me surpreendida e sorriu.
- Isa, meu bem não te esperava.
- Vim te fazer uma surpresa. Após horas enfiada no gabinete com muita papelada para ser despachada vim roubar um beijo a minha mais que tudo.
- Então de que tas a espera? Quero esse beijo
E assim foi, dei a volta a secretaria, sentei-me no colo dela e beijei-a como se não houvesse amanha.
- Hummm quero todos os dias um beijo desses. Que se passa linda?
- Não sei Nicky, estava no escritório sozinha, no meio daquela papelada toda, comecei a relembrar-me da minha vida como era, antes de te conhecer e deu-me um aperto no peito. Fiquei com medo de te perder, não quero voltar a ter a me sentir assim.
- Oh meu amor. Não me vais perder, eu amo-te demasiado para deixar que saias da minha vida. Vamos aqui e agora prometer uma a outra que não vamos deixar nada nem ninguém se meter ou tentar destruir a nossa relação.
- Prometo. Amo-te tanto Nicky, foste a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
Beijamo-nos e abraçamo-nos fortemente.
- Meu amor estava aqui a pensar, daqui a uma semana e o teu aniversario. Que queres que te ofereça Nicky?
- Oh querida! Não te preocupes com isso, quero-o passar na tua companhia, apenas isso. Agora deixa-me arrumar as minhas coisas rapidamente e vamos para casa.
- Casa? Hummm agrada-me. Vou a frente no meu carro.
- Vou passar em casa para pegar uma roupa e depois vou lá ter.
Deixe-lhe um grande beijo e dirigi-me para o carro. Ao chegar a casa Ana tinha deixado o jantar pronto e ido para casa. Peguei numas velas, coloquei na mesa de jantar junto ao vinho, pus os pratos e os talheres e foi tomar banho. Estava acabando de me vestir quando a campainha atendeu. Olhei-me ao espelho, passei a mão pelo cabelo e abri um grande sorriso.
Foi abrir a porta e lá estava ela, vestida com uns jeans, e um pólo e com um sorriso irresistível. Puxei-a para dentro de casa e beijei-a. Como estava cheirosa, tinha lavado os cabelos pois estes ainda estavam húmidos.
- Demorei muito? – Perguntou-me
- Não, chegaste mesmo a tempo. Anda sentar-te. - Puxei-lhe a cadeira e servi-lhe um copo de vinho.
- A que se deve a honra de um jantar a luz das velas?
- Já não posso mimar a minha namorada? – Respondi
- Claro que podes. Cuidado e que eu posso ficar mal acostumada.
Sentei-me a seu lado, servi-me de vinho e começamos a jantar tranquilamente. Depois do jantar agarrei na mão dela, olhei-a e puxei-a de forma a lhe dar um beijo carinhoso. Ao separar-me dela, olhei-a nos olhos e falei.
- Nicole Fernandez a tua vida nesta casa e uma presença constante, já não me vejo a viver sem ti. Nicky eu gostava que pensasses em vir viver para cá. Não precisas de me responder agora, sei que e um pouco cedo. Pensa e depois dás-me a resposta.
- Estas a falar a serio? Não preciso de pensar. Nada me faria mais feliz do que viver contigo, acordar contigo, compartilhar todos os momentos a teu lado.
Emocionada Nicky jogou-se nos meus braços e beijo-me. Olha-mos uma para a outra e o desejo estava estampado no nosso rosto. Levantando-se, agarrou-me pela mão e fomos para o meu quarto, onde brevemente seria o nosso quarto.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 10

Capitulo 10
Os primeiros raios de sol entravam pela janela do quarto, mexi-me na cama e sorri ao lembrar da noite de amor partilhada com Nicky. Ali esta ela, deitada de costas para mim, com o lençol tapando-lhe metade do corpo. Cheguei-me para perto e dei-lhe pequenos beijos no pescoço. Esta começou a acordar virou-se para mim e abraçou-se a mim.
- Bom dia meu amor – disse-lhe
- Hummm que horas são Isa.
- São 10.00 da manha. Anda vamos tomar o pequeno-almoço.
- É sábado, nenhuma das duas tem que se levantar desta cama ainda – disse Nicky com um sorriso malicioso no rosto.
- Ai sim. E que tencionas fazer?
- Alguém já lhe disse que a Dra. fala muito. Cala-te e beija-me.
E assim foi, começamo-nos a beijar, fizemos amor na cama, depois no banho e depois novamente na cama. Nenhuma das duas queria se separar da outra. Só saímos do quarto duas horas depois. Como era muito tarde para tomarmos o pequeno-almoço, fomos para a cozinha preparar o almoço em conjunto. Almoçamos no terraço que dava para a piscina pois esta um belíssimo dia.
Depois de lavar a loiça, Nicky sentou-se no meu colo e eu sorri.
- O que vamos fazer agora a tarde? Alguma sugestão? – Perguntei
- Por mim, levava-te novamente lá para cima, e fazia amor contigo o resto da tarde.
Rimo-nos juntas a ideia não era ma de todo. Por fim decidimo-nos sair para passear. Mas primeiro passamos na casa de Nicky para esta pegar algumas roupas para ficar na minha casa o fim-de-semana. Fomos ao parque temático de Santana. Tiramos muitas fotos, namoramos, rimo-nos bastante. Nunca me senti tão viva na minha vida. Fiquei olhando para Nicky, namorávamos a uma semana e parecia muito mais tempo. Só de pensar em me separar dela nem que fosse por umas horas era como se algo morresse dentro de mim. Voltamos para casa, jantamos, vimos um filme e fizemos amor a noite toda.
No domingo a Carol e o Marcos convidaram-nos para um churrasco. Quando lá chegamos estava, o Marcos, Carol, a Rafa e o Hugo. Fiquei um pouco apreensiva, porque não sabia ate que ponto o Hugo sabia que eu estava envolvida com a irmã dele.
-Mor calma, meu irmão sabe que eu estava interessada em ti. Não sabe que estamos a namorar mas ele gosta de ti e vai te aceitar.
Ao chegarmos cumprimentamos todos e ficamos a conversa.
- Marcos como este meu amigo? – Perguntei
- Tou bem, farto de tar em casa, mas recuperação esta a correr bem e tudo indica que volto ao trabalho lá para quinta. E tu como estas com a Nicky?
Olhei para a Nicky que falava com o irmão, a Rafa e a Carolina e sorri.
- Tou muito apaixonada e feliz. A Nicky e a mulher da minha vida. Parece que renasci.
- Fico muito feliz por ti, os olhos da Nicky brilham cada vez que olha para ti. Vocês foram feitas uma para outra. Só quero te ver feliz e pelo que vejo ela também o é.
Nisto fomos para o pé deles. Marcos abraçou-se a Carol e eu fiquei ao pé da Nicky. Estava com medo da reacção do Hugo. Tudo bem a Nicky já e uma mulher adulta e sabe o que faz da vida dela mas mesmo assim tinha receio. Como se advinha-se os meus pensamentos Nicky encostou-se a mim, olhou-me e sorriu. Almoçámos e conversamos bastante. De um momento para outro só ficou na mesa eu e o Hugo e a minha tenção aumentou.
- Isa a Nicky não me contou mas já deu para preceber que vocês estão juntas. Fico muito feliz por vocês. Não tens nada com o que preocupar. A muito tempo que não via a minha irmã tão feliz e vocês tem o meu total apoio. Faz a minha irmã feliz e tudo o que eu te peco. – Disse Hugo
- Obrigada Hugo, não sei o que dizer. Não estava a espera. Como foi tudo muito repentino pensei que não te fosse agradar a ideia de nos ver juntas. Sendo assim fico mais tranquila, se aceitas e não vês problemas em que eu namore a tua irmã. Farei o possível e o impossível para a fazer tão feliz quanto ela me faz a mim. – dito isto levantei-me foi ao pe do Hugo e dei-lhe um abraço.
Neste exacto momento Carol, Rafa e a Nicky regressaram a mesa e ficaram as 3 a olhar para nos. Nicky entendeu tudo sem eu dizer uma única palavra. Ficamos mais umas horas lá e depois regressamos a casa.
Ao chegarmos a minha casa, ficamos no sofá abraçadas, a trocar beijos e carícias. Quando o calor do desejo falou mais alto, peguei Nicky ao colo e levei-a para o quarto, onde fizemos amor o resto da noite.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 9

Capitulo 9
Liguei o carro e arrancamos, ambas fizemos o caminho em silêncio e a medida que nos aproximávamos do restaurante a minha tensão ia aumentando, pensando se Nicky iria gostar da surpresa que eu tinha organizado.
Estacionei o carro, sai e dirigi-me ao lado do passageiro. Num gesto muito simples, abri-lhe a porta e ofereci-lhe a minha mão para a ajudar ao sair do carro. Tranquei o carro e dirigimo-nos para o restaurante. Ao entrarmos fomos recebidas por um grande amigo meu e por sua vez dono do Luar.
- Boa Noite Isa. E sempre um prazer poder novamente receber-te no meu restaurante. Como tens passado? – perguntou Carlos
- Olá meu caro amigo, primeiro que tudo deixa-me que te apresente a minha companhia. Carlos esta e a minha namorada Nicole Fernandez. Nicole este e Carlos, um grande amigo meu e dono do restaurante. Ele foi um dos primeiros clientes da Design e Decoração Interiores & Exterior Oliveira & Sullivan.
- Muito prazer – disse Carlos beijando a mão de Nicky
-Deixei-me acompanhar-vos ate a vossa mesa. – Pediu Carlos piscando o olho na minha direcção. Quando liguei para fazer a reserva, deixei Carlos encarregue dos detalhes da surpresa. Apenas lhe disse que queria tudo muito simples e romântico.
Ao chegamos a mesa, Carlos como um verdadeiro cavalheiro puxou a cadeira para que nos duas nos sentássemos e depois saiu rumo a cozinha. A mesa estava decorada com pétalas de rosa branca e no centro na mesa uma vela vermelha com um laco branco, acesa. Sem dar muito tempo para que alguma das duas falássemos, o empregado de mesa trouxe a garrafa de vinho que eu tinha pedido ao Carlos por telefone. Era o vinho preferido de Nicky. O rapaz deu o vinho a provar a Nicky que assentiu que estava bom e que me servisse. Ao pousar a garrafa no farpe Nicky pode ver o nome do vinho e mostrou-se suprendida. Olhou para mim e eu sorri.
- Como sabias? – Questionou Nicky
Aproveitando o momento, agarrei-lhe na mão por cima da mesa e fiz um carinho.
- Pedi a um passarinho que mo contasse. – sorri
- Um passarinho chamado Hugo Fernandez aposto?
- Não interessa. O mais importante agora e que nos estamos juntas, e que aproveitemos este momento o melhor possível, porque a noite so agora esta a começar.. – peguei no meu copo, levei-o a boca e bebi um gole de vinho sempre sem tirar os olhos daquele olhar brilhante que tinha Nicky no rosto.
O empregado de mesa veio a mesa, escolhemos as refeições. Levei-me e dirigi-me para o pe de Nicky. Esta olhava-me surpresa, sem entender nada.
- Senhorita Fernandez dá-me a honra de dançar comigo esta musica? – perguntei
- Mas Isa, não há… - Silenciei-a com o meu dedo e logo a seguir ouviu-se a musica do Brian Adams.
Puxei-a para meio da sala de jantar, abracei-a a mim e começamo-nos a movimentar ao som da musica. As pessoas do restaurante olhavam e sorriam, alguns ate vieram dançar para o nosso pe. Nicky tinha os braços a volta do meu pescoço e a cabeça encostada no meu ombro. Minhas mãos rodeavam sua cintura e minha cabeça encostada ao seu ouvido cantarolava a musica. Quando esta perto a terminar a musica, levantei o seu rosto, acariciei a sua face.. Aproximei as nossas bocas e antes do beijo acontecer falei
- You are love of my life. – Beijei-a e ao fundo ouviam-se aplausos e assobios.
Muito envergonhada Nicky abaixou a cabeça e voltamos a mesa onde já estavam as nossas refeições. Jantamos tranquilamente, e conversamos de tudo um pouco. Eu já me encontrava mais calma, estava tudo a dar certo e Nicky sorria. Pagamos a conta, despedimo-nos do Carlos e saímos. Como ainda era cedo, agarrei na mão de Nicky e fomos passear para um jardim que existia perto do Restaurante Luar. O Jardim dos Apaixonados. Nicky riu-se ao ler o placard com o nome do jardim.
Sentamo-nos num banquinho que dava para a baia. Estava uma noite calma, sem nuvens e vento, maravilhosa para passear.
- De que te riste a pouco linda? – Questionei.
-Do nome do Jardim. O jardim dos apaixonados. Não sabia que tal jardim existia.
- Não existia, foi eu que mandei colocarem esta noite aquele placard ali para nos duas. – disse na brincadeira.
- Ahahah tola! Agora a serio porque e que este jardim tem este nome sabes?
- Se eu te contar a historia, desculpas-me por não te ter ligado ontem a noite? – Chantageei
- Hummm fiquei muito triste contigo ontem a noite. Mas tas desculpada. – Sorriu e eu entrelacei as nossas mãos ao mesmo tempo que Nicky se encostava a mim. Como era bom sentir o seu aroma, o seu perfume junto a mim.
-Então foi assim, a muitos anos atrás, uma Sra. de nome Maria e um Sr. Chamado Ricardo apaixonaram-se. Mas as famílias eram rivais e não aceitavam o namoro de ambos. O Ricardo e a família viviam naquele casarão ali em cima, que agora e museu vês?
- Sim sei qual é, mas continua. – pediu Nicky toda entusiasmada.
- Como os pais não o deixavam trabalhar, Ricardo fugia para este jardim que na altura estava abandonado. A Maria morava aqui mesmo ao lado. E todos os dias vinha falar com o Ricardo aqui para o jardim. Conta a lenda que o primeiro beijo deles e a declaração de amor de ambos foi feita aqui. E neste mesmo jardim fizeram a promessa de lutar pelo amor que sentiam um pelo outro.
- E conseguiram? Ficaram juntos?
- Hei calma, menina apressadinha. Ainda não acabei. Como as famílias não aceitaram o namoro, ambos fugiram para fora do país. Segundo dizem foram para Franca, onde arranjaram trabalho e casarão. Anos mais tarde após a morte dos familiares, regressaram e compraram este terreno. Ricardo com ajuda da sua esposa Maria, fez renascer das cinzas este jardim, construíram esta casa, que esta atrás de nos e tiveram 2 filhos. Na hora da morte, eles pediram aos filhos que deixassem este jardim ser publico para que todas as pessoas que cá viessem pudessem encontrar o seu grande amor.
Dai este Jardim ter o nome de Jardim dos Apaixonados. Muita gente encontrou a sua cara metade aqui. – Finalizei a historia
- É uma Historia verdadeiramente linda. E fico muito feliz que me tenhas trazido ca. Podemos não nos ter conhecido aqui, mas eu estou completamente apaixonada por ti. E é aqui, ao teu lado, que eu, Nicole Fernandez sou uma mulher completa, feliz e amada por ti. –silenciei-a com um terno beijo
- Eu que não queria amar novamente, aqui estou, nos jardins dos apaixonados, com a mulher mais linda e doce que o destino quis por no meu caminho. Mulher esta que me devolveu o sorriso e o gosto pela vida. Mulher que me roubou o coração e me fez ama-la com todo o meu ser. É por este sentimento, que cresce dia apos dia, noite apos noite dentro de mim, que eu prometo-te lutar pelo nosso amor. Nicky eu amo-te.
Beijamos fervorosamente, não era necessário mais palavras, alem daquelas que foram ditas. Os corações a baterem descompassados, a um ritmo acelerado, nossos corpos reclamavam o calor um do outro. Olhamos uma para a outra e levantamo-nos, dirigimo-nos para o carro que nos levaria a casa.
Guiei ate casa , pus o carro na garagem e entramos. Nenhuma das duas falou, beijamo-nos e deixamo-nos guiar pelo desejo de unir os nossos corpos. A urgência em sentir a pela uma da outra, o contacto do corpo era tamanha que já chegamos ao quarto sem roupa nenhuma. Deitei Nicky na cama, beijei-a na boca, desci ate ao pescoço, lambi, chupei, brinquei com os mamilos de Nicky. Esta gemia no meu ouvido o meu nome, arranhava-me as costas e pedia mais. Sem aguentar mais, de tanto tesão, coloquei-me em cima de Nicky. Corpo contra corpo, o meu sexo encaixado no sexo dela, mexíamo-nos em sintonia, tal como uma dança. Gemíamos, apertávamo-nos uma contra a outra pedindo mais, aumentando o ritmo ate chegarmos ao mesmo tempo ao orgasmo. Deitei-me ao lado de Nicky, puxando-a para que esta ficasse abraçada a mim. Minutos depois começo a sentir a sua mão a explorar o meu corpo, olhei para ela e não foi preciso mais nada. Amamo-nos ate os nossos corpos não poderem mais. Por fim adormecemos abraçadas, cansadas mas felizes por pertencermos uma a outra.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 8

Capitulo 8
Raios de sol entravam pela minha janela, abri os olhos e virei-me para o outro lado da cama. Estava vazio. Lembrei-me da nossa primeira noite de amor e sorri. O dia anterior tinha sido para esquecer, reuniões e mais reuniões nem tive tempo de estar com a Nicky. E quando cheguei a casa cai na cama e nem lhe liguei, será que ela estará chateada comigo?! Decidi lhe ligar. O móvel tocou uma vez, duas vezes, três vezes e nada. Estranho! Tomei banho e desci para tomar o pequeno-almoço. Quando chegasse a empresa voltaria a lhe ligar.
-Bom dia Ana, alguém ligou hoje ou ontem para mim? – Perguntei
-Não senhora. Mas a algum problema perguntou-me Ana.
-Não Ana, simplesmente ontem como estava muito cansada apos o jantar cai na cama e nem disse nada a Nicky e esta manha ela não me atendeu e achei estranho. Pode ser coisa da minha cabeça. – Dito isto peguei na minha mala e sai em direcção ao carro.
Ao chegar a empresa, dei bom dia a toda gente, distribui as tarefas para aquele dia foi pra minha sala. Peguei no móvel e tentei ligar novamente para Nicky. Ao segundo toque atendeu.
-Tou.
- Bom dia linda tudo bem? - perguntei
-Olha quem e vivo sempre aparece! Pensei que te tinhas esquecido de mim!! – respondeu Nicky num tom chateado.
- Desculpa, não fiz de propósito é que ontem foi um dia cansativo, jantei, tomei um banho e quando cai na cama adormeci logo.
- Fogo Isa, eu também estava cansada, ando com um caso muito importante e complicado que vai decidir a minha carreira na Fernandez & Resende Advogados. Apesar de ser a empresa do meu irmão e da Carol quero ganhar um posto aqui pela minha eficiência. Mas mesmo assim fiquei a tarde e a noite a espera de um telefonema teu nem que fosse para dar as boas noites.
-Hei, hei calma! Eu já pedi desculpas pelo que fiz, não achas que tas a exagerar? Porque e que tu não ligaste quando viste que eu não te ia ligar.
-Porque tinha ficado combinado seres tu a me ligar e eu não sabia a que horas irias sair do trabalho. Ora!!
- Ok, não me apetece discutir Nicky. Para me desculpar convido-te para irmos jantar fora e depois darmos um passeio que tal? – silencio do outro lado da linha, meu coração batia rapidamente com medo que ela rejeita-se e não lhe apetece-se tar comigo.
-Hummm mas só se for num lugar bem calminho. Estou cansada e não me apetece ir pra muito longe e muito menos lugares barulhentos!
- Ok pode ser. Passo na tua casa as 20:00 e vamos ao Luar, esta bom assim para ti? E linda não te chateies comigo eu sou meia esquecida as vezes..
-Sei, e bom que seja um bom jantar para eu poder desculpar-te. Agora tenho reunião, tenho de desligar. Beijo e não te atrases.
-Beijo
Alguma coisa tava mal, Nicky estava com o tom de voz alterado e passou-se comigo só porque eu não lhe liguei ou será que existe outra coisa – pensei
Despachei o trabalho o mais rápido que pude. Era Sexta-Feira, fim de semana e queria estar aproveitar para o passar com Nicky , visto na Segunda começar-mos no projecto dos Anderson.
Cheguei a casa, disse a Ana que não se preocupasse com o jantar porque não iria jantar em casa. Ana, um doce de pessoa entendeu tudo deu-me um beijo na cabeça e falou.
-Menina Isa seja feliz é tudo o que eu mais quero. Já não a via com esse brilho nos olhos desde a altura da… bom não interessa essa parte. Não tenha medo, o amor faz parte da nossa vida sem ele nada faz sentido.
Sorri, Ana era como uma segunda mãe para mim. Agradeci e desejei-lhe um bom fim de semana . Subi para o meu quarto, olhei pró relógio 19:10. Escolhi a roupa e foi pró banho. Vesti-me, perfumei-me, olhei-me ao espelho e sorri. Simples mas elegante. Olhei novamente para o relógio 19:35. Desci a correr, peguei na carteira, chaves do carro e sai.
Ao chegar a casa de Nicky, apitei, desliguei o carro e esperei. Senti uma porta abrir e olhei, se eu não tivesse sentada acho que teria caído redonda no chão. Nicky vestia uma saia azul de ganga, uns sapatos com tacão não muito alto e um top. Estava como se diz na gíria, a matar. Entrou no carro deu-me boa noite e um sorriso tímido. Aquela mulher tem misturas explosivas, que me deixa baralhada. Há umas horas atrás, estava quase cuspindo fogo pela boca, agora sorria com timidez. Olhei para o seu rosto, era impossível não me apaixonar. Peguei-lhe na mão, acariciei-lhe e dei-lhe um beijo sem nunca tirar os olhos daquele lindo rosto. Naquele beijo depositei a promessa de uma noite inesquecível.

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 7

 Capitulo 7
Jantamos tranquilamente, falamos sobre variadíssimos temas, desde trabalho a assuntos familiares. Quando acabamos de jantar, comecei a levantar a mesa e Nicky entretanto levava a garrafa e os copos de vinho pra uma mesa pequena que eu tinha no alpendre que dava acesso ao jardim. Ao chegar a porta de acesso ao alpendre, encontrei uma Nicky com um olhar ausente, cheguei-me ao pe dela e abracei-a por trás. Beijei-lhe a nuca, aspirei o perfume do seu cabelo e sentia respirar fundo. Afastei-me um pouco e apoiei a cabeça no seu ombro sem nunca deixar de a abraçar.
- Que se passa Nicky? Teus olhos entristeceram de repente.
- Estava a reviver o dia de hoje, desculpa. Esta manha quando me ligaste e disseste que tinhas tido um acidente, quase que tinha um enfarte ali mesmo no escritório. E de um dia que começou mal, transformou-se num belo dia a teu lado.
Virei-a para mim, limpei as lágrimas que desciam pelo seu rosto e beijei-a com tanto sentimento, como se através daquele beijo, eu e ela nos uníssemos para sempre. Suas lágrimas misturaram-se com as minhas. Interrompi o beijo e falei
- Tu foste uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, eu adoro-te Nicole Fernandez. Vá, agora chega de choradeira, e tempo de viver o momento. Agarrei nos nossos copos, entreguei-lhe o dela e fiz um brinde.
- Ao passado, que nos fez o que somos hoje, Ao presente que nos uniu, e ao futuro que iremos construir juntas repleto de felicidade.
E olhando olhos nos olhos, nossos copos tocaram, demos um gole de vinho e nossos olhares jamais se separaram. Sorri, estava feliz como a muito não me sentia. Posei os copos e foi a dentro da sala por uma musica, Nicky seguiu-me e ficou a olhar para mim.
- Dás-me a honra de dançar esta música comigo? – perguntei aproximando-me de Nicky, pegando-a pela mão e puxando-a para o centro da sala.
A musica era A moment like this de Leona Lewis, uma das minhas musicas preferidas. Sem lhe dar tempo para que respondesse a pergunta, encostei-a a mim e iniciamos a dança. Nossos corpos ajustavam-se perfeitamente um ao outro, era perfeito. Nenhuma das duas falava, não era necessário. Apenas ouvia-se os nossos corações batendo em uníssono e as nossas respirações que a medida que o tempo passava iam acelerando. Como era bom ter aquele corpo junto ao meu, sentir o seu perfume. Sem me dar conta minha mão foi descendo das costas para o traseiro de Nicky, senti-a estremecer nos meus braços. Levantei o seu rosto, vi o meu desejo reflectido nos seus olhos. Beijei seus doces lábios lentamente, Nicky aprofundou o beijo e agarrou-se ainda mais ao meu corpo. Suas mãos percorriam as minhas costas, interrompeu o beijo e falou ao meu ouvido.
- Desejo-te tanto, faz-me tua Isa.
Dito isto não foi preciso mais nada. Agarrei Nicky ao colo e devagar subi a escadaria que dava ao meu quarto. Entre beijos e carícias, retiramos a roupa uma da outra ate ficarmos completamente nuas. Com todo o cuidado deitei-a na cama e fiquei admirando aquele maravilhoso corpo, ali na minha cama, onde eu iria possui-la. Lentamente deitei-me sobre o seu corpo, comecei por beijar seus lábios, descendo lentamente para o seu pescoso, mordiscando, saboreando. Sentia as suas mãos arranhando as minhas costas, os meus cabelos que caiam sobre o seu corpo. Queria mais, tanto eu como ela. Queria ama-la com calma, conhecer, saborear cada canto do seu corpo, senti-la gemendo no meu ouvido pedindo mais e mais. Agarrei num mamilo e chupei-o, no outro já endurecido passava o meu dedo.. entre brincadeiras, gemidos e beijos, minha boca desceu ate o centro do seu sexo. Seu cheiro, passei meus dedos no sexo de Nicky e sentiu-o completamente molhado, esta arqueou-se, gemeu e agarrou-se a mim.
- Oh! Isa, não pares, faz-me tua, fode-me bem gostoso.
Arrepiei-me só de ouvir a sua voz, e comecei a minha exploração. Lambi, trinquei, suguei seu sexo, por vezes rápido, por vezes lentamente, levando-a a loucura, agarrou-se a mim e atingiu o orgasmo. Que mulher mais deliciosa. Ainda fiquei ali, saboreando seu néctar, ate que esta me puxou para si. Beijamo-nos com loucura, nossas respirações estavam alteradas mas nenhuma das duas vencidas.
-Mulher quase que me matas! É tempo de vingança – e dito isto Nicky sorriu maliciosamente e pós-se em cima de mim.
Roçava, seu sexo no meu, e começou numa dança sem fim. Fizemos amor a noite quase toda, no fim o cansaço venceu e adormecemos abraçadas.
Na manha seguinte, fomos acordadas por Ana entrando de rompante no quarto.
- Menina Isa, já ta na hora de acordar, vai chegar atrasada a empresa! Ups…Desculpe menina, não sabia que estava acompanhada.
- Bom dia Ana. Não faz mal, esqueci-me de por despertador.
-Bom vou para baixo preparar o vosso pequeno-almoço e mais uma vez desculpe-me menina Nicky. – Disse uma Ana muito envergonhada e saiu.
Olhei pra Nicky que estava coberta ate ao queixo com os lençóis e desatamos as duas a rir do jeito da Ana.
-Bom dia linda. Ficas linda quando acordas sabias?
- Isabella! Tu não tens jeito, tadinha da Ana não sabia em buraco se enfiava ao nos ver as duas juntas.
- Ela vai se acostumar, eu ontem tinha te apresentado como minha namorada, não te preocupes. Agora quero o meu beijo de bom dia.
E começamos aos beijos, tomamos banho juntas e descemos pra tomar o pequeno-almoço. Nicky ficou vermelha ao ver a mesa tão cheia de coisas.
- Não era preciso tanta comida Ana. Sou estou habituada a comer torras e café da manha. – Informou Nicky.
- Nada disso menina Nicky. Vocês precisam de se alimentar e recuperar as energias que gastaram ontem por isso toca a comer e ir trabalhar. – disse e piscou o olho a Nicky saindo pra cozinha.
Eu desatei as gargalhadas, Nicky se tivesse um buraco enfiava-se lá dentro, da forma como ficou vermelha. Comemos, Nicky deixou-me ao pé do meu carro que tinha ficado estacionado junto ao parque de Santa Catarina.
-Amor, tem um bom dia. Não sei se vai dar pra estarmos juntas hoje porque tenho muito trabalho atrasado. Cuida-te, depois eu ligo-te. – Eu concordei, trocamos um beijo e eu dirigi-me ate ao meu carro.
Cheguei a empresa, Filipa pôs-me ocorrente de tudo, as reuniões tinham sido agendadas para a parte da tarde. Foi para o meu escritório e liguei ao Marcos.
-Estou - respondeu um Marcos com voz de poucos amigos
- Olá, meu amigo, que voz é essa? Como te sentes Marcos?
- Olá, Isa. Estou aqui, neste apartamento sozinho, aborrecido, vendo televisão. Quero voltar para a empresa, não aguento ficar em casa.
- Marcos tu sabes perfeitamente que tens de recuperar, tens duas costelas partidas. É só uma semana de baixa meu amigo, encara estes dias como férias. Porque não programas alguma coisa com a Carol. Agora tens mais tempo para ela.
- Boa Isa, não tinha pensado nisso. E tu como tas com a Nicky?
- Estamos bem, o dia ontem correu tranquilamente…
- Tranquilamente?! Hum sei! Não aconteceu nada entre vocês?! – Marco perguntou curioso.
-Quando pensas deixar de ser curioso Marcos? Aconteceu muita coisa, mas não te vou dar detalhes, apenas digo-te que a Nicky ficou comigo lá em casa esta noite. Agora o resto deixo a tua imaginação – e desato as gargalhadas.
- Eu sabia, vocês foram feitas uma para a outra. Sabes a Nicky faz anos deste sábado a oito dias. Vais lhe comprar algo?
- Não sei vou pensar. Agora mesmo tenho e de trabalhar que temos assuntos a serem resolvidos do projecto dos Anderson. Liguei para não te preocupares que vou dar andamento a tudo e qualquer decisão eu ligo-te. Tu trata-te, descansa e aproveita para namorar. Beijo
-Te logo Isa. Cuida-te. Beijo
Desliguei o telefone e fiquei enfiada em papeis e mais papeis. A manha passou rápido, pedi a Filipa que antes de sair para almoçar fosse me buscar uma sanduíche. Entretanto o telefone tocou.
- Sim Filipa.
-Isa tenho em linha a Nicky. Posso passar a chamada? Vou agora buscar a tua sanduíche. Te já
- Passa a chamada Filipa, obrigada.
Filipa passou a chamada e deixei tocar um pouco.
-Olá linda. Tudo bem? – perguntei
- Oi, tudo e contigo. Tou a ligar para saber se queres almoçar comigo.
- Oh Nicky, não vai dar. Acabei de pedir a Filipa que me trouxesse uma sanduíche que estou atolada de trabalho e tenho a tarde cheia de reuniões. Lamento. – ouvi um suspiro do outro lado.
- Ok. É que já tenho saudades tuas. Eu também tou cheia de trabalho. A Carol tirou a tarde para ficar em casa com o Marcos e ficou tudo para mim.
- O Marcos ta aborrecido de tar em casa sozinho quando lhe liguei. Bem linda tenho de desligar, vou comer algo agora e voltar ao trabalho. Se der estamos juntas a noite. A noite ligo-te. Beijo
- Cuida-te e não te esqueças do medicamento. Beijo
Sorri e desliguei. Já me tinha esquecido do medicamento que tinha que tomar. O que era de mim sem minha namorada. Comi e voltei ao trabalho. A tarde foi preenchida por reuniões atrás de reuniões. Já sai tarde do trabalho e foi direita para casa. Ana já tinha o jantar pronto, tomei um banho, jantei e foi direita para a cama. Adormeci com um sorriso no rosto, minha almofada tinha o cheiro de Nicky.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Oportunidade de Ser Feliz - Cap 6

Capitulo 6
Algumas horas depois…
Um telemóvel toca.
- Olá linda. Já sentiu a minha falta? – Eram 10:30 da manha
- Nicky, tou no Hospital Central do Funchal…
- O QUÊ? Mas como? O que aconteceu?
- Calma, eu sofri apenas algumas contusões, o Marcos e que esta pior que eu... – Nicky nem me deixou continuar disse que vinha a caminho do Hospital.
Ao chegar ao hospital Nicky parecia uma médica a me examinar, olhou para mim, tocou-me sem dizer uma única palavra e no fim após se certificar que eu estava inteira e bem viva abraçou-me lavada em lágrimas.
- Hei, calma eu tou bem, são apenas alguns arranhões e pontos na testa conforme o Marcos jogou-me para o lado para me desviar do carro. Ele salvou-me a vida, se ele não me tivesse empurrado eu agora estaria no lugar nele. Marcos não foi a tempo de se desviar, o carro bateu nele de frente, tem varias costelas partidas, uma perna e vários arranhões. O médico disse que ele vai ter de ficar pelo menos um mês de baixa e em repouso absoluto, mas conhecendo-o como o conheço ele não ira conseguir e muito menos aceitar.
- Quase que morria do coração quando me ligaste e disseste que tavas no Hospital – disse acariciando-me a cara.
Limpei-lhe as lágrimas e beijei-a, não me importei quem estava ali, apenas me importava a mulher que estava a minha frente que largou tudo o que estava a fazer para vir a correr ter comigo ao hospital. Sorri-lhe, agarrei-a pela mão e fomos ter ao quarto do Marcos, onde já se encontrava com a namorada Carol. Como já era de esperar Marcos estava a refilar que não queria ficar em casa de baixa, que havia muito trabalho a ser feito na empresa devido ao novo projecto e que não podia me deixar sozinha.
- Meu amigo querido, neste momento o importante e tu ficares bom o mais rápido possível e quanto antes regressares a empresa melhor, mas eu como tua sócia preciso de ti mas quero-te a 100%. Portanto o menino vai para casa assim que tiver alta, vais recuperar e eu vou tratar das coisas na empresa e é claro que irei entrar sempre em contacto contigo para pedir opiniões e tomar decisões. Agora descansa, eu preciso de ir a empresa e depois também descansar.
Dei-lhe um beijo na testa, disse a ele para não se preocupar que eu tava bem, Nicky despediu-se de Carol e Marcos e saímos.
- Nicky, espera. Tira o resto do dia e fica com a Isa, este acidente abalou-nos a todos e acho que devias de cuidar da Isa. Ela ta a se fazer de forte mas daqui a pouco vai ir abaixo e acho bom que estejas lá para ampara-la. – Aconselhou Carol.
- Obrigada Carol
Como o meu carro tinha ficado estacionado ao pé do parque de santa Catarina, fomos no carro de Nicky.
- Linda importas-te que passemos na empresa? Quero só ir buscar uns papéis e avisar o pessoal do que aconteceu, devem de estar a estranhar a demorar.
- Ok, mas a menina nem pense que vai para casa trabalhar, a Carol deu-me o resto da tarde e vamos a passar juntas.
Sorri apenas, estava com uma vontade enorme de chorar, mas não o ia fazer, não podia me ir abaixo. Ao chegarmos a empresa, Nicky preferiu esperar-me dentro do carro. Subi, comuniquei a Filipa, a minha secretaria o que tinha acontecido, pedi que desmarca-se todas as reuniões que tinha para esse dia e disse que voltaria no dia seguinte. Filipa disse para eu não me preocupar e que eu fosse para casa descansar tranquila que ela tratava de tudo. Agradeci e sai com os papeis.
Voltei ao carro e quando olhei para Nicky esta estava com um ar triste, tinha ligado o rádio, que naquele momento estava a dar a musica Katie Melua - The Closest Thing To Crazy. Fomos para a minha casa, o resto do caminho foi feito em silêncio. Foi recebida por uma Ana chorona que correu para o meu pé assim que ouviu a porta de casa abrir. Fez-me um interrogatório sobre tudo o que tinha acontecido e depois foi fazer o almoço.
- A menina almoça aqui? – Perguntou Ana
- Sim, Ana, a menina aqui chama-se Nicole, mas toda gente a trata por Nicky, desculpa não ter apresentado antes a minha namorada. – Respondi
- Nicky, belo nome, muito prazer sou a Ana. Acho bem que trate bem aqui da menina Isa se não vai ter de se haver comigo, acho que já sofreu o quanto baste para uma vida.
- Não se preocupe Ana, vou amar e cuidar muito da Isa.
Satisfeita Ana saiu para a cozinha para preparar o almoço. Deixei Nicky a vontade na sala e foi tomar um banho. Quando regressei Nicky estava vendo as fotografias que estavam espalhadas pela casa. Abracei-a por trás e dei-lhe um beijo no pescoço.
- Gostaste de alguma?
- Sim, nunca pensei que fosses tão linda em bebé. Bom, uma bebé linda, e uma mulher deslumbrante.
- Uiiiii se continuas por esse caminho de elogios, derreto-me toda e ai não ira sobrar nada para contar história. – Desatamos as gargalhadas e deu-me uma dor de repente na cabeça.
- AI- gritei e agarrei-me a cabeça.
- O que foi? Dói-te a cabeça? Calma, anda sentar-te. É normal tar a te doer, bateste com a cabeça e tiveste que levar pontos. Após o almoço vou levantar os teus medicamentos.
Entretanto Ana chamou-nos para almoçar. De entrada tínhamos sopa e depois um macarrão com carne de vaca. Eu estava atacada com nervos e apenas consegui comer o prato de sopa. Após o almoço Nicky, deu-me um beijo na cabeça e disse que já voltava. Saiu para comprar os meus medicamentos. Aproveitei e dispensei a Ana o resto do dia. Queria ficar um pouco sozinha e Ana compreendeu, agradeceu e deu-me umas ultimas instruções de onde tava o jantar. Aproveitei e liguei aos meus pais, quem atendeu foi Sarah a empregada. Passou o telefone ao meu pai que estava em casa.
- Olá filhota tudo bem? Já tinha saudades de te ouvir.
- Eu também… - a voz não me saia
- Isa ta tudo bem? Filha aconteceu alguma coisa?
Contei o que se passara de manha mas disse que estava bem. Ele ficou preocupado mas aliviado por não ter sido nada de grave. Mandei um beijo a minha mãe e despedi-me. Nicky tinha levado a minha chave e eu estava no meu escritório de casa a olhar para os papéis. Estava tão concentrada que nem a ouvi chegar, só me dei conta que ela havia chegado quando ela falou.
- Porque será que não te posso deixar mais de uma hora sozinha, que tu enfiaste no trabalho? Ai,ai ai, tens de descansar Isa. Sofreste um acidente e um valente susto. – dirigiu-se a mim, tirou-me os papeis das mãos e eu afastei-me um pouco para que ela pudesse se sentar no meu colo.
- O que seria de mim sem a senhorita Fernandez? Liguei aos meus pais, dispensei a Ana e tentei resistir mas não consegui e comecei a ler estes documentos. – Defendi-me e dei-lhe um carinhoso beijo nos lábios.
- Isso quer dizer que temos a casa só para nós? – Sorriu com malícia
- Culpada! Já que tou aos seus cuidados será que poderá me dizer o que temos planeado para esta tarde? – Devolvi o sorriso malicioso.
- Hummm. Primeiro a Dra. vai tomar os seus medicamentos e enquanto o faz, eu penso no que iremos fazer.
Os medicamentos estavam em cima do balcão da cozinha, odiava ter de tomar comprimidos. Quando regressei a sala, Nicky estava em pé segurando a chaves do carro . Olhei para ela com um ponto de interrogação.
- A Dra. tem precisamente 10 minutos para regressar ao seu quarto, vestir um bikini, pegar na sua toalha de praia e vir ter comigo ao seu carro. – Falou e saiu.
Mas que mulher mandona que eu foi arranjar, pensei. Mandona, mas linda. Fiz tudo o que ela tinha me mandado fazer e foi ter com ela ao carro. Fomos para a praia da Calheta, a única da madeira com areia e não calhau como as restantes praias da ilha. Estendemos as toalhas, despimos a roupa e fomos nos sentar a beira-mar. Ficamos ali alguns minutos em silêncio, apenas olhando o mar.
- Perdi a conta de a quanto tempo eu não vinha a praia.
- Não me digas que não sabes nadar? Olha que já me chega o susto de manha, não quero ter de correr pra água para que não morras afogada! – Olhamos uma para a outra e desatamos a rir.
- Tola, claro que sei nadar. E para a sua informação, eu foi campeã da escola onde eu andei em Manhattan.
- Aí sim? Ahahahaha
- Tas a rir, tas? – Peguei num pedaço de areia molhada e docemente deitei-lhe por cima.
- Arrrrr é desta que eu mato-te.
E dito isto eu levantei-me e desatei a correr de um lado para o outro. Nicky corria atrás de mim tentando-me apanhar mas sem sucesso. A certa altura escorrego e fico deitada, desato a rir porque Nicky chega ao pé de mim e para eu não tentar fugir deita-se em cima de mim e agarra-me nas mãos.
- E agora? Já não tens como fugir Dra. Agora vais pagar o que me fizeste a pouco. – disse e começou a me torturar com beijos no pescoço.
Nicky sabia perfeitamente que o meu ponto fraco era o pescoço e fez questão de lá ir brincar com a língua e morder. Juntando todas as minhas forças, forcei a boca dela a subir para a minha e ai virei o jogo a meu favor. Ficamos perdidas uma na outra com beijos e carinhos deitadas na areia molhada, desfrutando daquele contacto. Nicky interrompeu o beijo, largou uma mão e acariciou-me a cara. Ficamos a olhos nos olhos. Aqueles olhos castanhos lindos que me cativaram desde o inicio.
- Quando vi aquele carro vir na minha direcção fiquei com medo de nunca mais te ver, ou poder sentir o teu sabor. – Desabafei e uma lágrima correu pelo meu rosto
- Chiuuu não penses mais nisso. Tamos aqui nesta maravilhosa praia juntas, num dia lindo cheio de sol para aquecer os nossos corpos. – Limpou a lágrima que corria pelo meu rosto
- Your my Heart Nicky – Beijei aqueles lábios gostosos.
Aproveitei aquele momento, sentei-me e ela sentou-se no meu colo. Peguei nela ao colo, sem que esta espera-se e foi andando para a água devagar. De maneira a que Nicky não percebesse o que eu queria fazer. Entre um beijo e outro ia olhando e andando em direcção ao mar. Quando já tinha altura suficiente, afastei as nossas bocas e com um sorriso matreiro falei.
- Bom acho que ta na altura de alguém esfriar o corpo. – Disse e joguei Nicky a água
Esta gritou e caiu na água, quando veio a cima, foi a minha vez de cortar a respiração. O corpo de Nicky era maravilhoso e ver aquela água escorrendo o seu corpo iluminado pelo sol só me deu vontade de voltar para areia e possui-la lá mesmo.
- Hei não vale! Eu tou toda molhada e tu só metade. – E começou a me jogar água
Não tive outro remédio se não mergulhar. Nadei mais um pouco e cheguei ao pé dela, abracei-a pela cintura e ficamos ali na água falando.
- Bom penso que já chega de praia, já que a Sra. advogada e tão esperta vamos fazer uma corrida quem chegar primeiro a areia aquece o jantar que a Ana deixou preparado.
Nadamos o mais rápido que conseguimos e mesmo assim chegamos ao mesmo tempo. Nicky era uma excelente nadadora e eu fiquei surpresa. Arrumamos as coisas e fomos para a minha casa. Quando lá chegamos, eu tomei banho no meu quarto e Nicky no w.c. do andar inferior. A safadinha tinha tudo planeado, tinha tido a ideia de ir a praia após ir a farmácia e passou em casa e trouxe uma muda de roupa. Depois do banho decidi ligar a Carol para saber como estava o Marcos e Nicky decidiu ir aquecendo o jantar. Quando sai do escritório meia hora depois, fiquei de boca aberta. A mesa estava posta, havia vinho, velas acesas, e o comer em cima da mesa. Nicky vinha da cozinha com os copos de vinho. Acho que babei, ela estava linda. Vestia uma camisa as riscas azul, umas calcas de ganga e umas sapatilhas. Tinha apanhado o cabelo num rabo-de-cavalo e deitado um batom leve nos lábios. Dirigi-me ate ela com um sorriso nos lábios, sussurrei algo no seu ouvido, tirei os copos da mãos dela e pus em cima da mesa. Envolvi-a num abraço e beijei-a como se o mundo acabasse amanha. Sentamo-nos a mesa e iniciamos o jantar. De um dia que começou mal para todos, para mim tinha se transformado num dia maravilhoso. E a noite, essa… ainda é uma criança…

Oportunidade de ser feliz - Cap 5

Capitulo 5
Ficamos ali no mirador um bom tempo, abraçadas, nos beijando e contemplando o mar ate que passou uma brisa fria por nos.
- Esta a começar a arrefecer e se é coisa que não quero e que fiquemos congeladas – dito isso eu e Nicky começamos a rir.
- Sim tens razão Isa. Vamos? Quero que conheças o meu apartamento e assim sempre estamos mais a vontade.
- Hummm vamos lá então. – Respondi
Fomos cada uma no seu carro, Nicky foi a frente para me guiar, apesar de não ser muito necessário porque ela morava umas ruas abaixo de mim e o percurso para lá chegar era o mesmo. Estava nervosa, não tinha o que recear porque se tiver que acontecer alguma coisa, não serei eu a impedi-lo. Estava nervosa porque a algum tempo que não estava sexualmente com uma mulher, parvoíces da minha cabeça eu sei, pode ate não acontecer nada e ficarmos lá a conversar apenas. Decidi tirar estes pensamentos da minha cabeça e liguei o leitor de cd’s do carro e começou a tocar uma das minhas músicas preferidas dos Black Eyes Peas – I got a feeling e foi conduzindo o resto do caminho cantando e com um sorriso parvo na cara.
Cheguei, estacionei atrás do carro da Nicky. Para ser sincera Nicky tinha de comprar um carro novo porque o dela estava mesmo a cair aos pedaços.
- Nicky não achas que ta na altura de comprares um carro novo, estas sujeita a que te aconteça o mesmo que te aconteceu no sábado a noite. E olha que desta vez eu posso não estar lá para te dar boleia para casa. – dito isto dei uma valente gargalhada ao ver a expressão dela
- Ahahaha engraçadinha – deu-me uma cotovelada e abriu a porta do apartamento.
- Welcome to my sweet home – disse e deu-me um valente beijo de Boas-Vindas
Fiz um esforço para terminar o beijo, que estava sendo mais do que agradável e enquanto Nicky tirava o casaco e se dirigia a cozinha buscar algo para bebermos, eu fiquei apreciando o apartamento. Tinha uma decoração simples, paredes bege, sofás de pele castanhos, um ou outro quadro na parede e alguns vasos de flores espalhados pela zona. A sala de jantar fazia contacto com a sala de estar e do outro lado tinha a cozinha e o w.c. Foi ter com ela a cozinha, vi-a de um lado pró outro a procura dos copos, quando se apercebeu da minha presença virou-se e falou.
- A Dra. Deseja beber algo em especial? Licor Beirão, Sheridan´s ou Martini Rosso?
- Um Martini Rosso com duas pedras de gelo e limão.
Serviu o Martini com o gelo nos dois copos e fomos pra sala nos sentar. Ela ligou o rádio baixinho como música de fundo e sentou-se a meu lado. Levantei o braço de maneira a ela poder se encostar a mim. Como e bom sentir o cheiro dela, o corpo dela encostado ao meu, em menos de 3 dias, Nicky conseguiu deitar por terra os meus muros e entrou dentro do meu coração quando eu menos esperava. A minha vida estava a correr bem, a empresa ia de vento em popa, com um contracto de milhões em mãos , a minha vida sentimental estava a voltar ao normal. Basicamente estava a voltar a viver e sentia-me bem.
- Um beijo por um pensamento teu. – Nicky estava a olhar para mim e percebeu que eu estava um pouco longe, e eu sorri.
- Só um beijo? E muito pouco um beijo para o tipo de pensamento que estava a ter.
E dito isto Nicky resolveu começar a torturar, um beijo no pescoço, um beijo no canto da boca, um beijo na bochecha.
- Chega? Ou tenho que te dar beijos para confessares o teu pensamento? Olha que para mim esta a ser um trabalho bem agradável. – caímos as duas nas gargalhadas
- Ok, ok eu confesso. Estava a pensar que a minha vida não podia estar a correr melhor, tenho um contracto de milhões de euros que vai fazer a empresa ser muito mais reconhecida, entrou na minha vida uma mulher linda, inteligente e sem eu tar a espera e derrubou os muros que eu tinha erguido a minha volta em menos de 3 dias, roubou-me o coração e fez voltar-me a sorrir. Queres que continue ou chega?
- Uiii que declaração. Arranjei uma mulher romântica. Podes continuar, mas não agora. Neste exacto momento, o que eu quero e a tua boca colada a minha.
- É para já – e agarrei no copo dela e pus na mesa junto ao meu.
Comei com um beijo lento, quase como tortura, desci e beijei o pescoço, subi e trinquei a orelha, sussurrei algo ao seu ouvido e senti ela gemer. Senti suas mãos percorrerem as minhas costas, lentamente arranhando-me ao mesmo tempo que as minhas mãos percorriam as suas longas pernas. Sem me dar conta já estávamos deitadas no sofá nos beijando e acariciando. Quando decidi avançar, o meu telemóvel decidiu tocar. Eu mato quem me estragou o momento. Olhei pra Nicky que acenou com a cabeça em sinal de consentimento para eu atender. Peguei no telemóvel e vi Marcos Sullivan e atendi.
- Acho bem que o tenhas para me dizer a esta hora seja importante porque se não o for amanha encho-te de porrada ao chegar a empresa.
- Porra mas que atendimento é esse Isa? Só queria saber como tinha corrido o cinema com a Nicky. Mas pelo teu atendimento parece que não correu muito bem.
- O meu cinema e gelado correram cinco estrelas, mas tu como sempre, estragas tudo e interrompes quando não deves.
- Oh! Desculpa se interrompi. Não fazia a mínima que.. que..
- Ok Marcos não tem importância agora, falamos amanha na empresa esta bem?
- Olha só mais uma coisa, sei que tou a ser um chato. A nossa corrida amanha ainda esta de pé? As 8:00 na rua santa Catarina?
- Sim Marcos. Será que agora posso voltar a namorar em paz ou precisas de mais alguma coisa? – Disse já num tou meia irritada. Para me tranquilizar Nicky abraçou-me por trás e beijo-me na parte de trás do pescoço.
- Namorar? Oh sim, não preciso de mais nada, desculpa mais uma vez, os meus parabéns e da um beijo a Nicky por mim. Te amanha
- Te amanha – despedi-me e desliguei.
Olhei para a Nicky e desatamos as duas a rir.
- Isa foste mazinha com o Marcos. Tadinho. Ele só queria saber se tavas bem.
- Tadinho? Tadinha e de mim. Anda super protector comigo, depois que eu e a Alex terminamos anda pior que meu pai. Eu adoro o Marcos mas as vezes torna-se chato. Talvez eu tenha exagerado um pouco mas amanha quando ele começar com o interrogatório vai levar nas orelhas.
- Hummm, sei. Também já e tarde e amanha nos temos que trabalhar.
- Pois é. Quando tou contigo as horas passam a voar.
Levantei-me e ela acompanhou-me a porta, não sem antes termos trocado o número de telemóvel. Desejei-lhe uma boa noite de sono e beijamo-nos. Segui para o meu carro e foi direita para casa. Dormi que nem um anjinho. Foi acordada pela Ana, a minha empregada as 7:30.
- Isa, o pequeno-almoço já esta servido.
- Obrigada Ana, vou trocar de roupa e já desço.
Vesti o fato de treino e desci. A mesa estava pronta, havia sumo de laranja, café, torradas, queijo, ovo cozido e o jornal. Ana sabia que eu gostava de ler o diário enquanto tomava o pequeno-almoço.
- Ana isto e comida para um batalhão. Não era preciso.
- Claro que era preciso Isa. Ainda por cima vais correr e depois vais voltar com mais fome. Eu já te conheço menina.
Eu olhei para Ana. A mulher tinha 53 anos, não tinha filhos, o marido tinha falecido a 2 anos e trabalha comigo a seis meses. Gostava de mim como um filha e eu dela como uma mãe. Apesar de ter uma, só que estava longe. Sou filha de mãe americana e pai português. Os meus pais vivem em Manhattan, foi criada lá. Tirei o meu curso lá, e decidi conhecer as minhas origens portuguesas e vir trabalhar para Portugal. Meu pai e cirurgião e minha mãe e juíza. Ambos têm 55 anos. Bebi o meu sumo de laranja, nem peguei no diário. Dei um beijo na face de Ana e sai para correr com Marcos.
Lá estava eu a correr com o Marcos, que ficou vermelho quando eu lhe disse o que tinha interrompido e mais uma vez pediu desculpas. Começamos a correr e a conversar animadamente pelo caminho. Ao regressarmos, ouvimos um chiar de pneus, eu não liguei porque o trânsito aquela hora da manha era um inferno, gente a correr para chegar a tempo ao trabalho. Marco levantou a cabeça e gritou qualquer coisa que eu não entendi. Levantei a cabeça e vi um carro descontrolado vir na nossa direcção, depois disso tudo ficou escuro.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Oportunidade de ser Felix - Cap 4

Capitulo 4
- Estou. – Nem falar direito eu conseguia
- Recebeste as flores? – Foi direita ao assunto
- Sim, são lindas, obrigada.
- Não tão lindas como quem as recebeu, não precisas de agradecer, tu mereces. Então posso contar com a companhia da Dra. logo a noite.
- Tenta me impedir? – e desatei a rir, eu tava a provocá-la
- Nem por sombras me passaria pela cabeça impedir-te – e riu também
- Nicky, como sabias que eram umas das minhas flores preferidas?
-Simplesmente não sabia, eu gosto muito delas e enviei-tas só pelo que elas significam. Sabes que cada flor tem um significado e estas não fogem a excepção.
-Ai sim? E qual e o significado de coroas imperiais, vais me contar?
- Descobre por ti mesma menina curiosa. Espero-te nas escadas do Fórum Madeira, apesar de eu adorar ouvir a tua voz, temos que trabalhar.
- Hummm, ok 21:00 estarei lá. Bom trabalho Nicky. Beijo – despedi-me dela com o coração na boca, se ela soubesse o efeito que a só a voz dela tem em mim…
- Beijo – despediu-se e desligou
Ela enviou as flores devido ao significado, vou a net pesquisar. Começo a sorrir quando leio, Coroa – imperial – Majestade e Poder. Com que então ela mandou as flores devido ao meu sucesso com o projecto que me iria trazer muito poder. Desatei a rir, só mesmo a Nicky.
Pus as flores num vaso e voltei ao trabalho, sem sombras de dúvidas este era um dia memorável, tudo na minha vida estava a dar certo como a muito não acontecia. Quando ia a sair do gabinete a caminho de casa, passei no gabinete de Marcos. Este ainda tentou descobrir o que é que eu andei a falar com Nicky ao telefone, acho que o meu amigo tem medo que eu estrague tudo, mas obteve uma resposta que o calou.
- Meu amigo deixa de te armares em meu pai. Já sou suficientemente grande para tomar as minhas próprias decisões. Amanha as 8:00 vou ter contigo para corrermos. E sim vou ao cinema com ela, tou a precisar de me distrair, este projecto levou-me a maior parte das forças. Te amanha. – e sai em direcção ao carro.
Cheguei a casa, tratei do jantar, não que tivesse com muita fome porque estava atacada com uma ansiedade. Eu parecia uma adolescente que saia pela primeira vez com o namorado. Não conseguia ficar quieta, peguei em tantas roupas, não sabia o que vestir. Não podia ir muito fina porque era apenas um cinema e um gelado mas também não queria ir vulgar. Optei por umas calças de ganga, umas botas e uma camisa. Preparei o banho, comi e foi me vestir. Olhei pró relógio 20:30, não aguentava ficar mais tempo em casa. Como já estava pronta peguei nas chaves do BMW e sai de casa. Andei as voltas pelo Funchal com o carro a fazer tempo e devia de ter chegado ao fórum por volta das 20:45, estacionei e dirigi-me para a entrada e ali estava ela.
Linda como sempre, vestia uma t-shirt, umas calças e umas sapatilhas. Cheguei ao pé dela e acho que ficamos uns cinco minutos a olhar uma para a outra sem falar, sem cumprimentar. Eu não sabia o que fazer, a muito tempo que não ficava sem jeito, sempre foi muito segura de mim.
- Boa noite, estas muito gira – disse ela cumprimentando-me com um beijo demorado no rosto.
- Boa noite, obrigada. tu também estas muito bonita – fiquei vermelha ao elogia-la
- Bom, vamos, o filme deve de tar quase a começar e eu ainda quero comprar pipocas – e começou a rir.
Fomos para a bilheteira, eu nem sabia que filme íamos ver, deixei isso por conta dela. Íamos ver o filme Step Up 3D. Compramos as pipocas e fomos para a sala. Ficamos na ultima fila e o filme começou.
- Não sei se já reparaste, mas temos a sala de cinema só para nos.
- Jura? Espectáculo – eu disse e desatamos as duas a rir. Eu estava feliz, sentia-me muito bem ao lado dela. Voltei a minha atenção para o filme, fomos trocando impressões e rindo e comendo pipocas.
Ouve uma altura em que nossas mãos se encontraram dentro do copo das pipocas, senti o meu corpo todo arrepiar-se e ela não ficou indiferente ao toque. Olhei para ela e ela olhava para mim, nossos olhos brilhavam, ou se calhar era eu que tava a sonhar, mas eu não conseguia desviar o meu olhar, sem me dar tempo de me desviar, Nicky baixou a cabeça e beijou-me. Como eu gostava do doce sabor da boca dela, era como um vício. Foi um beijo terno, sem pressa mas cheio de sentimento. Ela afastou-se, sorriu, acariciou o meu rosto, voltou a me dar outro beijo pequeno e surpreendeu-me. Agarrou na minha mão e entrelaçou na dela. Ficamos a ver o filme assim de mãos entrelaçadas. As luzes acenderam-se, o filme já tinha terminado, como tinha passado rápido. Levantamo-nos e saímos, fomos até a gelataria italiana, só largamos as nossas mãos quando tivemos de nos sentar. Acho que nenhuma das duas se apercebeu que tavamos de mão dada ou se calhar sabíamos mas não tínhamos coragem de largar.
- Gostaste do filme? – Perguntou-me
- Sim adorei, gosto muito dos filmes de dança. Já viste o Step Up 1 e o 2?
- Sim estão lindíssimos. Dos três gostei mais do primeiro. Gostas de sair para dançar Isa?
- De vez em quando sabe bem, a muito tempo que não saia para ir ao cinema ou comer um gelado.
- Nem com a Alex? Quanto tempo estiveram juntas?
A minha cara entristeceu, a algum tempo que tinha esquecido a Alex, mas a dor de ter sido traída permaneceu.
- Eu namorei com a Alex pode se dizer que dois anos. No inicio começamos a falar e passados mês e meio começamos a namorar. O trabalho de Alex deixava-a muito cansada e era raro sairmos, só mesmo quando eu tinha alguma festa ou jantar da empresa é que ela acompanhava-me e mesmo assim detestava. Ficávamos em casa a ver filmes. No dia em que fazíamos dois anos de namoro, encontrei-a na nossa cama com outra, uma tal de Rebeca. A própria me disse que elas estavam juntas a seis meses e que a Alex so estava comigo pelo meu dinheiro e sucesso. – Suspirei e olhei para ela
- Desculpa ter tocado no assunto mas quem perdeu foi ela, deixou escapar uma mulher linda e maravilhosa.
- Não pecas desculpa Nicky, a muito que deixei de gostar dela, só fiquei magoada porque eu dava tudo a ela e pensava que a conhecia mas afinal enganei-me. Mas a vida contínua, andei em baixo e para esquecer a dor joguei-me de cabeça no trabalho, e agora tou aqui, a comer este saboroso gelado italiano de tutti-frutti em excelente companhia. – esbocei o meu melhor sorriso e ela também sorriu.
- A volta que a vida dá não é?! No meu caso foi menos dramático que o teu, eu e a Luísa não combinávamos, após um ano juntas percebemos que tudo não passava de uma grande amizade e cada uma seguiu o seu caminho, ficamos amigas e pelo que eu soube, Luísa esta casada e vive em Paris. – Esclareceu Nicky.
Ficamos ali mais algum tempo a conversar, tínhamos sempre tema de conversa. Havia muitas coisas em comum desde gostos musicais, futebol, hipismo, livros, etc… Chegou a uma altura que vi Nicky se levantar, veio ate onde eu estava sentada e estendeu-me a mão.
- Vamos?
- Para onde? – Perguntei morta de curiosidade
- Surpresa – disse ela sorrindo
Agarrei na mão dela e para minha surpresa ela não a largou, algumas pessoas olhavam para nós e eu sorria, estava feliz. De vez em quando Nicky percebia os olhares das pessoas por quem passávamos, olhava para mim e sorria com cumplicidade. Andamos alguns metros após o fórum e paramos junto a um mirador. Encostamo-nos ao muro e ficamos ali em silêncio, apenas contemplando a baia do Funchal a noite com os cruzeiros. Era noite de lua cheia e o céu estava sem nuvens e não havia nem uma brisa no ar. Basicamente estava uma noite maravilhosa. Nicky chegou-se para o meu pé, eu encontrava-me de costas para ela. Senti as suas mãos nos meus ombros e virei-me. Estávamos agora frente a frente. Meu deus como aquela mulher era bonita e apenas uns centímetros maior que eu.
- Este e um dos meus locais preferidos do Funchal, tem uma vista maravilhosa e não vem muita gente a noite. Quando quero por as ideias em ordem venho para aqui. Quis te trazer cá porque achei um bom local para te perguntar uma coisa.
O meu coração lá começou novamente a bater rapidamente, mas que coisa! Eu não tomava bebidas energéticas mas era como se tivesse bebido. Foi então que ouvi aquela linda voz pronunciar.
- Isabella Oliveira, queres namorar comigo?
Olhei para aqueles olhos castanhos lindos, era capaz de me perder dentro deles. Havia um brilho, uma intensidade quando eles olhavam para mim, que eu sentia-me derreter por dentro. Havia sinceridade e emoção naquele pedido. A minha voz quase que não saia, os meus medos invadiam-me mas decidi manda-los pró espaço. Foi então que tendo a lua, as estrelas e o mar como testemunhas que respondi
- É tudo o que eu mais quero neste momento.
E dito isto fundimo-nos num beijo apaixonado, repleto de promessas e desejos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Oportunidade de ser feliz - Cap 3

Capitulo 3
O domingo correu sem contratempos, levantei-me cedo, tomei o pequeno-almoço e foi as compras. Almocei, dei um jeito na casa e para relaxar peguei num livro e foi por jardim ler. Tava um dia de sol e ficar dentro de casa era uma perda de tempo. As horas foram passando e passando e quando dei por mim já era hora de jantar. Tomei um banho, comi qualquer coisa e foi para o escritório rever algumas coisas do projecto dos Anderson. Olhei para a minha agenda para ver o que tinha segunda-feira.
9:00- Reunião com Marcos
10:00 – Reunião com Thomas Anderson
De repente parei, lembrei-me da noite de Sábado, o beijo de Nicky. Como eu dava tudo para tar com ela novamente. Merda, lembrei-me que não lhe pedi o número de telemóvel, nem combinamos nos ver novamente. Bom e melhor eu me concentrar no trabalho, se ela quiser me ver novamente vai me procurar.
Segunda-feira, o despertador toca, mais uma semana de trabalho árduo vai começar. Tomo banho visto-me adequadamente para a reunião como o Thomas Anderson, o pequeno-almoço, pego na minha pasta, chaves do carro, telemóvel e saio para o escritório.
Cheguei, eram 8:30, cumprimentei a minha secretaria Filipa, organizei os documentos necessários para discutir com o Marcos. Como sempre é pontual Marcos bateu a porta e entrou.
- Bom dia Isa.
- Bom dia Marcos.
- Então como foi o resto da noite de sábado, Hugo me contou que levaste Nicky a casa. -disse com um sorriso malicioso
- Não comeces a fazer filmes nessa cabecinha linda Marcos, não aconteceu absolutamente nada. Reparei que todos tinham arrancado e ela não, perguntei se ela tinha algum problema e ofereci-me para a levar a casa, que por coincidência fica 3 ruas abaixo da minha.
- Hummmmm, não rolou nem um beijinho? Oh vala Isa, mata a minha curiosidade. Toda gente já percebeu que vocês tao interessadas uma na outra. Hugo disse-me que apanhou vocês quase aos beijos na varanda.
Aquilo irritou-me, quem o Hugo pensa que é para andar ai a falar na vida os outros. O que eu e Nicky fazíamos não era da conta de ninguém. Bolas que reacção e esta Isa. Bom o Hugo para além de ter empatado o beijo, ainda põe-se a falar, filho da mãe.
- O Hugo que se meta na vida dele e da mulher. Penso que a irmã dele sabe perfeitamente gerir a vida dela. E se aconteceu alguma coisa entre mim e ela, quem tem de te contar sou eu e mais ninguém, afinal de contas eu nunca te escondi nada, és o meu melhor amigo.
- Calma Isa, que bicho te mordeu. Eu esperei que me telefonasses no domingo para me contares, mas não o fizeste e no domingo como foi ao café com o Hugo e a Rafa e ele falou.
Eu sorri.
- Bom não a muito que contar, tou a seguir o teu concelho de me deixa levar. Tou meia assustada com esta invasão de sentimentos que a Nicky esta a me fazer sentir. E sim, quase que eu e ela nos beijávamos na varanda, só não aconteceu porque o querido irmão dela, mr. Hugo, atrapalhou. Mas quando a foi por a casa, trocamos um beijo e ela disse que ia lutar por mim e que queria me fazer feliz e disse para eu não fugir e para vivermos um dia depois do outro e ver no que vai dar. Satisfeito? No meio disto tudo eu tou as aranhas, porque não tenho o numero dela nem sei se ela vai querer voltar a ver-me nem quando o fará.
- Uiiiii, minha amiga Isa voltou a viver, precisavas de te ver ao espelho, teus olhos brilham só de falares o nome dela e o teu sorriso voltou a nascer. Da uma oportunidade a ti mesma Isa, chega de tentares controlar tudo e planeares as coisas como devem ou não acontecerem. Vive o presente como se não houvesse amanha e tira o máximo de proveito e se feliz. E devo de confessar que tava torcendo para que acontecesse algo entre vocês as duas no sábado a noite. Fazem um casal maravilhoso
- Pois vou tentar fazer, vou deixar as coisas acontecerem e ver no que da. É verdade, vou voltar as minhas corridas matinais, achas que suportas esta chata todas as manhas a correr contigo?
- Heellllaaa! A isto e que eu chamo uma mudança surpresa, mas para melhor. Já tava na hora de voltares a fazer as coisas que mais gostas. Chata tu? Sabes que sempre gostei de correr contigo e é com enorme prazer que o faço novamente. A mesma hora de sempre e no mesmo local. Bom agora e esperares que a Nicky deu o próximo passo – e dito isto começou a sorrir
-Bom então ta combinado, agora larguemos o assunto e comecemos a trabalhar no que e importante.
Começamos a tratar dos últimos detalhes do projecto para apresentarmos ao Thomas e depois fomos para a reunião com ele.
Marcos notou que encontrava-me nervosa na sala de reuniões com Thomas Anderson, eu tinha dado o meu melhor neste projecto e ele sabia disso. Para me dar força apertou-me a mão por debaixo da mesa e eu iniciei o meu discurso. Pus o slide a funcionar, expliquei e respondi a todas as duvidas de Thomas.
Acabei, olhei para ele e sentei-me na mesa. As carta estavam na mesa e a decisão na boca dele. Perante o silencio deste olhei com um ar apreensivo para marcos. Este também estava com um ar de preocupado. Thomas Anderson lia e relia o projecto que tinha em mãos, de repente levantou a cabeça e falou.
- Eu fiz esta proposta á vossa empresa e mais três. De todos os projectos que me foram apresentados o vosso em sem sombras de duvida o melhor, é dinâmico, moderno e sofisticado. Você fez exactamente aquilo que eu pretendia e apenas lhe dei umas dicas. Parece que entrou na minha cabeça e descobriu as minhas ideias. – dito isto levantou-se e eu e o Marcos fizemos o mesmo. Apertou-nos as mãos e finalizou.
- O projecto é vosso, a vossa empresa fica encarregue de decorar o Resort Anderson Ocean Paradise. Podem começar na segunda onde iremos também assinar o contracto. – e saiu.
Fiquei ali a olhar para o Marcos durante uns dois minutos, depois começamos a sorrir e abraçamo-nos. Demos os parabéns um ao outro, afinal o projecto era tanto meu como dele.
- Para celebrar vamos almoçar fora, só eu e tu como nos velhos tempos, que dizes?
- Acho uma excelente ideia, isto merece uma comemoração. Vou so reunir o pessoal e informa-los e ao meio dia saímos - respondi
Saímos da sala de reuniões, Marcos dirigiu-se para o seu gabinete e eu antes de entrar no meu pedi a Filipa para falar com todos os designers e decoradores para estarem daqui a 10 minutos na sala de reuniões e ela também. Vi a cara feia que ela fez e entrei no meu gabinete. Todos deviam de estar admirados e preocupados por eu tar a convocar uma reunião geral, coisa que nunca aconteceu. Eu estava felicíssima, o nome da empresa numa das maiores cadeias hoteleiras da Europa, se me contassem eu não ia acreditar mas era a mais pura das verdades. Peguei em alguns papéis e pastas e foi para a sala de reuniões. Quando lá entrei o murmurinho que se ouvia deixou de existir e o silêncio reinou. Sentei-me na cadeira, pus os papeis em cima da mesa e olhei para eles.
- Bem, todos devem de tar admirados por eu ter convocado esta reunião geral, mas tenho um comunicado a fazer. Como vocês sabem, a nossa empresa e mais três foram seleccionadas para apresentar um projecto ao Sr. Thomas Anderson para ser realizado no novo complexo turístico dele, aqui no Funchal. Como era de esperar tínhamos concorrência e o melhor projecto seria o escolhido. - fiz uma pausa, os rostos dos meus colaboradores estavam sérios e apreensivos. Então continuei.
- Pois muito bem, eu e o Marcos acabamos de apresenta o projecto e nos fomos os escolhidos. Será a Design e Decoração Interiores & Exterior Oliveira & Sullivan a decorar o Resort Anderson Ocean Paradise. É um projecto grande, onde todos iram participar, cada um terá uma tarefa a realizar que eu já programei. Peço a todos vocês o máximo de empenho neste projecto, quero que tudo de certo. Este projecto ira lançar a empresa e os nossos nomes a nível nacional e europeu. Ira entrar bastante capital e teremos imenso trabalho mas no fim seremos compensados. Desejo a todos um excelente trabalho, boa sorte e já sabem qualquer dúvida ou sugestão eu e o Marcos estamos aqui, podem contar connosco.
Distribui a todos as capas que continham o projecto e as tarefas de cada um e em resposta obtive aplausos e muitos sorrisos. O meu dia não podia ser melhor. Despedi-me de todos e fomos almoçar.
Sentamo-nos numa mesa exposta no terraço do restaurante panorâmico “O Sol”, pedimos os pratos e o vinho.
- Ao nosso sucesso profissional e sentimental – brindou o meu amigo
- A nossa felicidade e realização de nossos sonhos – brindei
Eu fazer brindes sobre felicidade, nunca fiz, mas a minha vida estava mudando e tomando rumos desconhecidos. Só havia uma coisa a fazer, deixar-me levar, arriscar e ser feliz.
Após o almoço, regressamos ao escritório e quando eu pensei que o meu dia não podia ser melhor enganei-me. Eu e Marcos encontramos uma Filipa a sorrir de canto a canto e fiquei curiosa, mas Marcos como sempre adiantou-se e perguntou.
- Mas que felicidade e essa Filipa? A que se deve esse sorriso fantástico?
- Sabes Marcos é que acabou de chegar um presente para a Dra. Isabella Oliveira. Já tava na hora Isa de voltares as conquistas, tava a ver que depois da Alex ias para freira.
- Do que estas a falar Filipa? Não estou a perceber
Meu coração batia com força, será que… naooo acredito. Devia de ser alguém conhecido que já sabia da novidade do projecto e quis me felicitar.
- Entra no teu gabinete e vê com os teus próprios olhos, se não conquistaste não deves de andar lá muito longe.
Entrei no meu gabinete seguida por Marcos, em cima da minha secretaria encontrava-se um ramo grande de coroas imperais cor-de-rosa que são umas das minhas flores preferidas.
- É dela, bolas Isa são lindas, lê o cartão replicou marcos ansioso
- Como sabes que são dela? Deixa de ser curioso Marquinhos, as flores são minhas e diga o que disser se eu não quiser contar não conto – sorri
Peguei nas flores, cheirei, como será que ela adivinhou que eram as minhas preferidas para além das rosas e orquídeas. Não interessa também, só sei que adorei. Sentei-me na cadeira, retirei o cartão e li
“ Cinema, 21h00 Fórum Madeira, seguido de gelado italiano. Beijo gostoso. N.F. Ps – Parabéns pelo projecto”
Nicky sabia mesmo como chegar ao meu coração, as minhas flores preferidas, gelado italiano que eu adoro e filme, para não falar na presença dela. Mostrei o cartão ao Marcos que todo sorridente afirmou.
- Alguém tem um encontro, alguém vai começar a namorar. Nicky e Isa o casal maravilha do mês de Junho.
- Marcos, vai gozar com outra ok, e só uma saída não vou começar a namorar. É muito cedo, mal nos conhecemos.
- Isa, Isa, minha amiga tu andaste mês e meio a conhecer a Alex para depois começarem a namorar e olha no que deu. Deixa-te levar, se acontecer aconteceu.
Apeteceu-me maltrata-lo de tudo, Marcos quando queria sabia por o dedo na ferida. Apenas olhei-o com um olhar rancoroso porque o telefone tocou.
- Diz Filipa
-Tenho em linha se não me engano a autora desse lindo ramo de flores. O nome Nicole Fernandez diz-te alguma coisa?
- Dá-me dois minutos e passa-me a chamada.
Mandei o Marcos embora, queria falar com ela em privado, sem ter o meu sócio a mandar vir e muito menos a dar opinião.
- Eu vou te deixar só, mas depois contas-te tudo. – disse e saiu com um sorriso de triunfo
O telefone tocou, era ela. Eu respirei fundo, tentando controlar a ansiedade que sentia dentro de mim e levantei o auscultador.

Oportunidade de ser feliz - Cap 2

Capitulo 2
Levantei o meu olhar, visto eu estar sentada e ela em pé, peguei num dos copos que ela tinha na mão e disse:
- Vou, está uma noite maravilhosa e merece ser apreciada.
Decisão tomada, já não havia volta a dar, fosse o que deus quisesse. Nicky foi a frente, e não pude deixar de não reparar nas curvas que aquele maravilhoso corpo tinha. Vestia umas calças de ganga bem justinhas que faziam notar as suas pernas altas e esguias, uma camisola azul com riscas pretas e um sapato alto a combinar, não usava maquilhagem também não precisava tinha uma beleza natural invejável. Fomos para a varanda e eu encostei-me ao muro olhando para o mar.
- Bonito não é? - Disse Nicky que encontrava-se a meu lado com um sorriso magnífico
- Sim, lindo. Adoro o mar a noite, transmite uma certa calma
- Há quanto tempo conheces o Marcos e a Carol?
- O Marcos e eu trabalhamos juntos em Lisboa e a ideia foi dele de formarmos a empresa e virmos pra cá. Já o conhecia a dois anos quando ele começou a namorar a Carol e viemos para a Madeira. E tu?
- No meu caso eu conheci o Marcos a dois dias quando ele foi buscar a Carol ao escritório. Eles formam um casal bem interessante. Foi meu irmão que pediu a Carol para eu estagiar lá na empresa e ficamos amigas.
- Sim eles fazem um lindo casal, amam-se muito, merecem ser muito felizes.
O perfume inebriante da Nicky chegava a mim com uma força tão brutal, que eu tinha de me concentrar na conversa para não ter de a agarrar pela cintura e a beijar aqueles lindos lábios. A quanto tempo eu não sentia este impulso repentino de agarrar numa mulher e beija-la? Nicky estava a mexer comigo mais do que eu deveria de deixar, sempre tive auto-controle sobre mim e sobre o que sentia. Ate com a Alex eu era assim, pensava tudo direitinho e organizava tudo para dar certo, mas parece que Alex cansou-se do meu jeito. Mas isso não importa agora, o Marcos tem razão, a vida continua, a Alex escolheu o caminho dela deixando-me para trás e eu tenho de continuar vivendo sem ela, o que no inicio foi bem difícil e dai ter me entregado a 100 % ao trabalho. Nicky percebeu que eu tava viajando nos pensamentos e falou.
- E tu Isa, solteira? Uma mulher tão bonita e elegante, não me vais dizer que não tens ninguém que eu não acredito.
Eu sorri, ela achava-me bonita e elegante, será que ela tava interessada em mim ou e so atracção. Resolvi responder.
- Desculpa Nicky perdi-me em pensamentos olhando para o mar. Deves de me achar meia tonta, convidas-me pra ver a vista e conversarmos e eu perco-me em pensamentos. Eu sai de um relacionamento a seis meses. Joguei-me de cabeça e deu torto, acabei sendo traída e abandonada. Tou bem assim solteira, pelo menos não corro o risco de sair magoada novamente. E tu namoras?
- Eu namoro com toda gente. – Provocou e eu desatei a rir
- Aí sim? Cuidado que quando menos esperas alguém pode te roubar o coração e depois já não tens tanta vontade de namorar com toda a gente. – Entrei na brincadeira dela e desatamos a rir.
- Agora falando a serio, não tenho ninguém de momento, mas acabei de conhecer uma pessoa que me deixou intrigada e fascinada.
Puff! Lá se foi a minha esperança que ela tivesse interessada em mim. Fiquei sem jeito. Também que é que eu queria, ela uma mulher deslumbrante não ia olhar para mim. E agora que e que eu ia responder.
- Ai foi? Parece então que alguém vai deixar de namorar com toda a gente - dito isto dei um leve sorriso.
- Pelo pouco que eu conheci dessa pessoa, magoaram-na muito e ela tem medo de voltar a se apaixonar. Acontece é que eu vou lutar por ela porque eu reparei que quando ela olha-me, os seus olhos brilham e sei que eu não lhe sou indiferente, mas o medo e tão grande que ela não arrisca.
- Fogo percebeste isso tudo da pessoa por quem te interessaste com apenas um olhar? - bebi um pouco da minha bebida e continuei a falar. – Ou és advinha?
- Nota-se ao longe que á qualquer coisa que lhe falta, e eu vou descobrir o que é e lhe devolver á vida.
- Tas muito poética. As vezes não e assim tão fácil devolver a vida a uma pessoa magoada. Que idade tens Nicky?
- Tenho 25 anos e tu Isa?
- Um a mais que tu. Já que tamos a falar, mata a minha curiosidade, quem foi a pessoa que te deixou assim tão fascina?
Vi ela beber o resto do licor e se dirigir lentamente para mim, tínhamos olhos nos olhos por mais que eu quisesse me desviar não conseguia. O olhar dela deixa-me paralisada, tinha uns olhos castanhos e grandes muito expressivos. Quebrei contacto e virei-me apoiando-me no muro da varanda olhando para o mar. Senti ela cada vez mais próxima de mim, o perfume entrava pelas minhas narinas cada vez que eu respirava fundo. Eu estava de costas para ela, senti o seu corpo mesmo atrás do meu e reparei que ela encostava-se a mim, suas mãos ficaram apoiadas no muro, mesmo ao lado das minhas mãos. Não aguentei, fechei os olhos e estremeci ao sentir o corpo dela no meu. Não falei, não me mexi, tive medo de estragar o momento. Ela ia me dizer por quem tava fascinada e eu tinha a ligeira sensação que já sabia quem era só pela aproximação dela.
Encostou a sua boca no meu ouvido e falou quase que num sussurro.
- E uma mulher bem sucedida, linda de morrer. Tem um corpo bem feito, pele suave, olhos castanhos e cabelos pelos ombros também castanhos, usa um perfume de deixar qualquer mulher a seus pés. Quando fomos apresentadas, fiz um esforço para controlar o meu desejo em a agarrar e beija-la ali mesmo em frente dos nossos amigos. Reparei nos seus olhos, havia uma mistura de mágoa, medo e esperança. Ela e tímida, de poucas palavras, mas quando fala e capaz de deixar todos encantados só com o tom suave da sua voz. Sei também que e uma lutadora, tem muita garra e vontade de ganhar. Descobriste quem é ou é preciso descrever mais a pessoa que me deixou encantada? Posso passar a noite inteira a falar dela se for preciso.
Socorro, alguém que me ajude, com apenas um olhar ela disse direitinho como eu era. Que raio de mulher era esta, numa simples noite virou o meu coração de pernas pró ar e o mais esquisito é que eu tava deixando as coisas seguirem o seu caminho sem fugir.
- Acho que tenho uma ideia de quem possa ser. Não achas que e demasiado arriscado para ti, tentares te envolver com essa mulher. Afinal de contas vocês só se conhecem a apenas umas horas e ela pode não ser como tu pensas. Já pensaste que ela pode te rejeitar?
- Se fosse para ela me rejeitar, primeiro já o tinha feito, depois os olhos e o corpo dela traíem-na quando ela olha para mim ou esta ao pé de mim. Sei também que ela é uma mulher bem doce e meiga e que a frieza que ela tenta mostrar e só uma capa para não a magoarem. E enquando eu tou aqui falando no ouvido dessa mulher, ela já estremeceu duas vez e não adianta ela dizer que é frio porque eu sei que ela deseja-me tanto quanto eu a desejo.
Não aguentei mais, virei-me e fiquei de frente a frente para ela. Os olhos de Nicky brilhavam de desejo, os meus já me tinham traído e não podia mais negar que também a desejava. Parecia uma criança não sabia o que fazer ou dizer, não era a primeira vez que era invadida por um desejo mais forte que o meu corpo, mas era como se fosse a primeira vez que isso acontecia. Não tinha palavras, meus olhos passavam dos seus para a sua boca, para aqueles lábios carnudos que desde o inicio da noite eu quis saborear. Nicky percebeu e lentamente baixou a cara, minhas mãos automaticamente rodearam a cintura dela puxando-a para mais perto de mim. Senti o meu pescoço ser envolvido pelos braços dela. Olhos nos olhos, ela foi descendo a cara em direcção a minha boca, o tão desejado beijo ia acontecer. Encostou o seu nariz no meu e quando os nossos lábios estavam a escassos milímetros, ouvimos uma voz.
- Hei, vocês as duas vão ficar ai muito tempo? Ta na hora de irmos embora – disse Hugo da porta que dava para a varanda.
Caímos na realidade e afastamo-nos e eu não sabia se ficava contente e aliviada ou se partia para a agressão e xingava o Hugo de tudo o quanto fosse possível. Olhei para Nicky e ela olhava para Hugo com a expressão que dizia claramente que o queria matar. Fomos ter com eles, não sei quanto tempo ficamos lá fora mas devia de ter sido muito porque já eram 02:00 da manha. Despedimo-nos e cada um foi para o seu carro.
Eu ainda estava atordoada com o que tinha acontecido na varanda do Eclipse, se não fosse o Hugo a interromper, não sei se eu teria interrompido o beijo. Bom sempre ouvi dizer que tudo tem um motivo para acontecer, enfim e melhor eu deixar de pensar no assunto e ir para casa, nada como um banho e uma noite de sono para voltar a por a cabeça no lugar. Abri a porta do carro e levantei a cabeça para onde o carro da Nicky estava estacionado e reparei que todos tinham arrancado menos ela, estranho! Será que ela ta com algum problema? Fecho o carro e vou ter ao pé dela, pela expressão facial algo estava mal e eu tinha sentido antes, bolas! Ate já sinto quando ela ta bem ou mal, ai isto não e bom não.
- Nicky tudo bem? Tas com uma cara de quem ta com problemas, vi todos arrancarem menos tu. Posso ajudar em alguma coisa?
- NÃO! Ninguém pode me ajudar, o idiota deste carro decidiu não pegar e penso que foi a bateria que morreu! Merda! Eu devia de ter dado por minha mãe e ter comprado um carro novo, mas pensei que este ainda ia aguentar-se mais um pouco. – Explodiu de raiva e angústia.
-Hei, calma ficar irritada não vai fazer o teu carro andar. Anda eu levo-te a casa e amanha com calma chamas um rebocador ou um mecânico para verem o carro.
Eu sugerindo leva-la a casa! Essa e nova, tou agindo por impulso, não e normal em mim! A Isabella normal pensava duas vezes antes de dar boleia a alguém e nas consequências que isso poderia trazer para ela, mas esta Isabella, quem é? Não me reconheço. Falo coisas da boca para fora sem pensar.
- Eu… Bem… desculpa. Tou irritada e tou a descarregar em ti. Se não for muito incomodo eu aceito o teu convite para me levares a casa e amanha penso o que fazer com este chocalho.
- Cá nada, não me das trabalho nenhum. Vamos?
Ok admito queria-a perto de mim, nem que fosse dentro do carro, queria ver o seu sorriso, sentir o seu perfume e ouvir a sua voz. Eu não era assim! Que se lixe! Ta na hora de mudar, acho que vou seguir o concelho do Marcos e deixar as coisas acontecerem. Será que eu vou conseguir? Ou vou me assustar e fugir? Bom assustada eu já tou, tou sentindo coisas diferentes do que sentia quando estava com a Alex, mas a Nicky faz me sentir bem, não sei explicar bem, ela parece diferente das outras, transmite-me paz e faz o meu coração bater a uma velocidade alucinante. Mas quero ir devagar, quero ver no que isto vai dar, se e que vai dar em alguma coisa.
Entramos no meu carro e eu perguntei onde ela morava e dirigi-me para la. Durante o trajecto ate a sua casa liguei o rádio, conversamos coisas banais e quando eu dei por mim já tava a porta do apartamento dela.
-Bom chegamos – disse eu com uma certa tristeza, acho que não queria a deixar sair do pe de mim.
- Obrigada e desculpa a maçada em teres que vir para estes lados.
- Não faz mal, eu também moro para estes lados portanto juntamos o útil ao agradável. – Ups alguém falou demais, desde quando eu tinha que lhe dizer que morava na mesma zona que ela. Agora e que tou mesmo perdida.
- Ai sim, moras nesta zona?
- Sim, um pouco mais a cima, precisamente 3 ruas acima de ti. Nicky sobre o que se passou a pouco, eu…
Tentei falar mas ela não deixou. Colocou um dedo na minha boca e falou.
- Eu sei Isa, eu sei que não costumas agir por impulso e tas assustada com o que tas a sentir. Eu também nunca senti nada igual, mas gosto do que tou a sentir e vou lutar por isso. Não te vou fazer pressão, não quero te assustar, mas quero que saibas que eu quero te fazer feliz. Peco-te apenas que não me afastes de ti por medo, vive o que sentes, precisas de libertar muita coisa que a muito tempo que trancaste-as dentro de ti. Vamos viver dia após dia e ver o que acontece deixa-te levar. Ta na hora de te soltares.
E dito isto olhou para mim com aquele olhar que deixava o meu coração no chão, aproximou-se e beijou-me. Meu deus, como eram doces aqueles lábios, o beijo ao princípio foi suave, terno quase com medo de nos magoarmos, mas depois eu não me contive e aprofundei o beijo, enfiei a minha língua dentro daquela boca gostosa e saboreei cada cantinho dela. Como ela beija bem! Afastou-se e eu fiz um sacrifício para não a puxar novamente para mim. Ela sorriu, acariciou meu rosto e saiu do carro, esperei que ela entrasse em casa e foi para a minha.
Cheguei a casa, tomei um banho e deitei-me na cama. Não conseguia dormir, cada vez que fechava os olhos via o rosto de Nicky e ouvia as suas palavras. Quase como um filme as imagens da noite iam e vinham na minha cabeça. Olhei pró relógio, 05:30. Nunca fiquei acordada a esta hora e muito menos a pensar numa mulher. Ai Nicky, Nicky o que é que tu tas a fazer comigo, seja lá o que for eu tou a gostar desta transformação. Não me saia da cabeça e eu acho que me estou a apaixonar novamente. Paixão? Naoooooo. Isso só traz dor. Mas eu não sinto dor, sinto-me mais viva do que nunca, aiii eu tenho de dormir e deixar de pensar em tontices, eu apaixonada pela Nicky, mal a conhecia, não eu já tou mas e sonhando... E passado um bocado o cansaço venceu e acabei adormecendo. Sonhei? Sim sonhei e adivinhem com quem? Ora nem mais, Nicky!